por Jorge Loeffler
21/06/2009
Um dos mais graves problemas que vejo em nosso povo é o desprestígio por coisas e valores nacionais. Temos mentalidade de colonizados. O que vem de fora é excelente e o que temos aqui, uma verdadeira porcaria. Como mudar isto? Penso que demanda muito tempo e empenho da educação. Produzimos muitos avanços em nossa sociedade que não queremos reconhecer, embora tenhamos um longo, muito longo caminho ainda a percorrer. Neste final de semana assistia a um programa o Canal 32 (Futura) e o programa passou pelo Instituto Butantã em São Paulo, onde estão finalizando o estudo de um novo medicamento para combater a dor, o qual é obtido a partir do veneno de uma cobra. O detalhe é que este medicamento é 600 vezes mais potente do que a mofina. Há um pesquisador da Universidade de São Carlos, no interior de São Paulo, que produziu um polímero a partir do óleo da mamona, polímero este empregado em próteses ósseas com absoluto sucesso. Este produto por ser orgânico, não está sujeito a rejeição assim como reduz de forma drástica dores do pós operatório. Tais resultados são muito pouco divulgados, penso que por nossos meios de comunicação terem maior interesse em eventuais escândalos políticos Quando ainda jovem freqüentei a Escola de Polícia, em 1965, fazendo o curso de formação de Escrivães e inspetores de Polícia. A Escola estava localizada na Rua da Azenha em frente ao Centro Comercial Azenha. A qualquer brasileiro, por menos letrado que seja, é fácil entender o que significa Centro Comercial. Recentemente estive naquelas imediações e ali não mais encontrei o Centro Comercial da Azenha, pois agora é o Shopping Azenha. Porto Alegre está repleta de Shoppings, tem um que tem o nome de Shopping da Barra. Mas que “Barra” temos em Porto Alegre? No Rio de Janeiro há a Barra da Tijuca. Assim sendo, lá se entende o emprego da denominação de Barra isto, Barra aquilo. Interessante é que a grande maioria nem mesmo sabe o sentido de “Shopping” que traduzido do idioma inglês resulta em “Comprando”. E tem mais, criamos uma expressão em inglês que lá eles nem tem idéia do que seja. Você duvida? Então pesquise a expressão “Lan House”. É isto mesmo, somos um povo composto por gente que tem preguiça de pensar e tudo que a publicidade nos oferece aceitamos imediatamente e incorporamos ao nosso vocabulário. Falta-nos o hábito de leitura. Isto devemos em parte à televisão e mais recentemente à Internet, esta rede mundial de computadores, algo espetacular em nos facilitar o acesso a informações, as quais nem sempre são confiáveis. E para sabermos o que é confiável em termos de Internet, precisamos em primeiro lugar ter uma base solida de conhecimentos. E esta base de conhecimentos é decorrente do estudo e de muita leitura. A educação em nosso estado é uma piada. Minha esposa que é professora (aposentada e ganhando 700 reais) de currículo por atividades, as chamadas de “professorinhas” pelo CEPERGS e as atuais professoras com titulação superior, titulação esta muitas vezes obtida por meios questionáveis, como cursos à distância e mesmo faculdades em quase todos os cantos, especialmente depois do maldito Plano de Carreira, obra dos milicos que queriam remunerar melhor suas esposas e as esposas das ilustres figuras civis, ligadas a eles, todas elas com um “canudo”. Minha geração foi educada na escola primária por estas “professorinhas” que sabiam o suficiente, até por que naquela época havia o hábito de leitura, inclusive de jornais. Como não podiam conceder um salário justo a todo o professora do estado, decidiram por este malfadado plano. Daí decorreu que em cada esquina há uma faculdade de educação com cursos de letras e pedagogia. Hoje há uma enorme carência de professores de matemática, química, física e biologia. Resulta daí que essa carência é suprida por engenheiros, químicos e farmacêuticos. Os paulistas para exprimir quando alguém é brabo, dizem bravo. Não faz muito tempo uma jovem acadêmica de Letras, escreveu em artigo postado em site a palavra bravo ao invés de brabo. Como tenho por ela muito respeito até por sabê-la enfrentar muitas dificuldades, fiz a observação através de email e no dia seguinte me respondeu ela que havia consultado sua professora de português e esta dissera não haver diferença alguma. Peraí, estamos preparando professores ou vendendo diplomas? Para finalizar, aqui muitos e muitos qualificam o Presidente da República de “apedeuta”, o que significa alguém que não tenha instrução, ignorante.
Pois é, semana passada o advogado e jornalista Polícia Adolfo Braga em seu site, www.polibiobraga.com.br , ele que é fá de carteirinha de dona Yeda e inimigo feroz que tudo ou todos que tenham ligação com o PT, postou em seu site o que segue:
“Godoy avalia sucesso de Lula na OIT, em Genebra
O editor conversou nesta quinta-feira a tarde com o ex-presidente da Fiergs, Dagoberto Godoy, que participa da Conferência Internacional do Trabalho junto com outros 3 mil delegados de 189 Países, inclusive o ministro do Trabalho do Brasil, Carlos Lupi.
. O ex-presidente da Fiergs, Dagoberto Godoy, não é propriamente o que se chama de fã de carteirinha de Lula, mas sobre a passagem do presidente por Genebra, ele fez dois registros ao editor:
1) Lula fez um estrondoso sucesso no Salão de Assembléias do Palácio das Nações e foi aplaudido de pé por representantes dos governos, empresários e trabalhadores.
2) O discurso de Lula, sobretudo seu longo improviso, foi de tirar o chapéu (Godoy foi um dos que tirou o chapéu) e fez esquecer os melhores momentos de FHC.
. Lula não é tratado no exterior como um espécime raro de primata, mas como líder carismático, inteligente e com enorme sensibilidade social.”
Isto tendo sido postado pelo Políbio pode ser que faça alguns brasileiros olharem de forma diferente ao Presidente da República, pelo menos assim espero, pois precisamos valorizar mais o que temos e temos muita coisa boa neste país, assim como muita gente qualificada que sistematicamente nos recusamos a aceitar, até pela deformação de nossa educação.
Até a próxima se Deus assim o permitir
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