quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A desordem urbana.

13/11/2009



por Jorge Loeffler


Aqui em Xangri-Lá somos alvo da cobiça de construtores que encheram a área central de Capão da Canoa com prédios enormes, a maioria dos quais nem mesmo habite-se tem por não haver coleta de efluentes cloacais em toda a cidade. Aqui nossa desastrosa administração ano passado fez sua primeira concessão para água e o fez com a Corsan, dando a esta empresa que não tem meios para investir, um contrato por 25 anos. Esgoto só em 2039, não é brincadeira, falo sério. Nesse rolo entrou a tal Agergs, algo que também não me convence. Foi uma atitude lamentável, pois em Itapema, Santa Catarina, a água foi concedida pela Prefeitura a um consórcio privado, composto por empresas de lá e com isto está havendo a implantação de rede coletora em toda a cidade, com moderna estação de tratamento de esgotos e não esta empulhação que temos em nosso litoral, isto onde há. Enquanto uma conta de água lá custa em torno de R$ 10,00, aqui passa dos R$ 40,00 mesmo no inverno. Em junho, no mesmo dia em que o Prévidi lançava seu livro no Plazinha, eu lá chegava quando recebi uma ligação da Procuradoria Geral da República, me convidando para, como Presidente da ACOPRAX (Associação Comunitária da Praia de Xangri-Lá), lá comparecer a fim de falar sobre os problemas de nossa cidade. Ocorre que dias antes havia sido embargada a instalação do loteamento Playa Vista por grave agressão ambiental, decisão da Justiça Federal. Tal foi iniciativa de uma ONG e dias depois outras cinco ONGs moveram processo por improbidade administrativa contra Ana Pellini, a então poderosa mandatária da Fepam que acabou caindo. Mais recentemente outro empreendimento, o Villágio foi interditado pela Patram, pois não respeitaram duas áreas de preservação permanente (APPs) devidamente sinalizadas pela Fepam, patrolando tudo. A Patram está agora remetendo tudo a PGR em Porto Alegre, haja vista que o nosso MPE não tem se mostrado muito receptivo às denúncias a ele dirigidas. Este empreendimento, o Villágio, tem uma historia interessante. Faz cerca de dois anos, um cidadão encaminhou requerimento manuscrito ao Prefeito solicitando lhe fossem vendidas cinco Alamedas e uma Rua nos superlotes de Atlântida. O Prefeito encaminhou projeto ao Legislativo e como sempre, estas áreas foram vendidas, ignorando cinco dos vereadores o parecer do assessor jurídico daquela casa. Pois esta semana, na segunda-feira, mais uma venda de uma via pública foi aprovada pelos vereadores. Aqui é assim, se vende o público como se privado fosse. Digo isto com muita tranquilidade, até por que em comentário anterior em outro site, a mesma afirmativa gerou um processo do Prefeito contra mim. Como hoje não mais dependo de uma emissora “chapa branca” já que tenho meu próprio espaço na Internet, ele busca o Judiciário como forma de tentar me calar, mas isto não vai ocorrer enquanto eu tiver a meu lado a verdade. Temos aqui nove torres de celulares que estão em área urbana, quando não poderiam ter sido instaladas, pois conflitam com a legislação municipal. Por iniciativa de nossa entidade hoje a um inquérito civil instaurado no MP de Capão da Canoa. Ditas torres de celular, nenhuma delas tem alvará (tenho documento firmado pelo Prefeito admitindo tal). Este litoral é uma verdadeira terra de ninguém. Aqui mandam os construtores e ponto final, pelo menos eles assim pensam, mas sempre há alguns abnegados que defendem o interesse publico acima de qualquer outra coisa.

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