Policiais demoraram cinco horas para chegar ao local apontado pelas testemunhas
Carlos Wagner | carlos.wagner@zerohora.com.br
A Brigada Militar (BM) abriu uma investigação interna para apurar por que os policiais levaram mais de cinco horas para chegar ao local em Itati, no litoral norte, onde a dentista Márcia Nascimento Gomes, 32 anos, morreu assassinada na tarde de segunda-feira.
Segundo o depoimento de testemunhas à Polícia Civil, um casal ligou para o telefone de emergência da corporação antes das 13h com o relato de uma agressão no km 11 da Rota do Sol (RS-486), onde a mulher seria encontrada morta. Só que os policiais desembarcaram no local apenas às 18h15min. A rapidez no atendimento poderia ter aumentado as chances de a vítima ser encontrada viva.
O comandante-geral da BM, João Carlos Trindade, admite que a unidade de São Francisco de Paula recebeu uma ligação horas antes de ser encontrado o corpo.
– Na ocasião, o soldado que recebeu a chamada avisou que estava a 100 quilômetros do fato e pediu que ligasse para o 198 (telefone do Batalhão Rodoviário), que funciona em Torres – afirma.
A BM investiga o que aconteceu após esse segundo telefonema. O comando só sabe que, por volta das 18h, os policiais rodoviários ligaram para a BM de Terra de Areia informando que havia uma situação estranha na Rota do Sol. De imediato, um carro patrulha da BM foi enviado para o local, conforme o sargento João Carlos Batista Agostinho. Na chegada, os policiais militares encontraram o veículo com as luzes piscando e fechado.
– Depois de ouvir o relato, eu fui até o local, vasculhamos o mato e encontramos o corpo da moça. Uma cena que jamais vou esquecer – diz.
O resultado da apuração da BM também ajudará as investigações a descobrir a autoria do assassinato, porque reforçará a versão do casal que viu o agressor, principal testemunha do caso até agora.
A segunda-feira do crime
> Por volta das 10h30min, a dentista Márcia Nascimento Gomes, 32 anos, deixa o prédio onde morava, em Torres, para viajar ao consultório em Gramado, como costumava fazer às segundas-feiras
> Às 12h, um casal passa próximo do primeiro túnel da Rota do Sol (RS-486), em Itati, e percebe um homem branco, com aparência entre 30 a 40 anos, agredindo uma mulher junto a um caminhão Mercedes-Benz vermelho
> As testemunhas chegam a param no local, mas, intimidados pelo agressor, acabam seguindo viagem. Antes das 13h, eles ligam de celular para o telefone de emergência da Brigada Militar (190), sendo atendidos por policiais de São Francisco de Paula, cidade vizinha a Itati
> Às 18h15min, os PMs chegam à área e encontram o Fox da dentista abandonado. Próximo ao carro, localizam o corpo de Márcia, amarrado, com cinco cortes no pescoço e escoriações generalizadas
Fonte:ZEROHORA.COM
Comentário – mais uma vez se confirma quilo que venho dizendo faz muito tempo, ou seja, o policiamento ostensivo nas rodovias estaduais em nossa região existe e até com muito boa qualidade, durante o veraneio. Encerrado este, ao estado parece que somos menos cidadãos, pois o referido policiamento some, literalmente falando. Este caso é uma evidência a mais, infelizmente, a confirmar o que tem sido veiculado neste espaço. Agora resolveram averiguar responsabilidades. E isto só veio a publico depois que, nesta sexta-feira, no programa Guerrilheiros da Notícia no canal 4, o jornalista Pires de Miranda abordou o assunto com forte crítica a mais esta omissão da Brigada Militar. Não fosse a imprensa, certamente seria apenas mais um caso a ser esquecido. Alegarão falta de recursos humanos. Falta sim, mas há um número elevado de brigadianos em desvio de função. Para que não pairem dúvidas sobre o que afirmo, cito um fotografado distribuindo medalhas no Palácio Piratini faz poucos dias e outro, este em atitude criminosa, espionando manifestação de servidores nesta semana que passou em frente ao Piratini. Dito cujo, barbudo e disfarçado de fotografo do site Carta Maior. Resumindo eles deixam de prestar o policiamento ostensivo, sua real função constitucional, para distribuírem medalhas, inclusive à filha da governadora, por ser filha da governadora assim como exercem a função de polícia política. Esta é a verdadeira razão pela qual não temos o policiamento a que temos direito.
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