sexta-feira, 1 de maio de 2009

Governadora do Pará denuncia Greenhalgh, o Gomes

Politica
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Gomes seria mesmo cupincha de Daniel Dantas

Em janeiro de 2008, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, foi surpreendida por um telefonema de um antigo companheiro do PT, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (foto). De São Paulo, Greenhalgh manteve uma conversa evasiva e pediu uma audiência com a governadora. De pronto, Ana Júlia convidou o correligionário para um almoço na residência oficial, em Belém. O que deveria ter sido uma conversa entre velhos amigos tornou-se um encontro constrangedor. Greenhalgh levou a tiracolo o empresário Carlos Rodenburg, então vice-presidente do Banco Opportunity e ex-cunhado do banqueiro Daniel Dantas. Enquanto saboreava um peixe da região, a governadora haveria de descobrir um segredo que só seria revelado ao País dali a seis meses, após a Operação Satiagraha: Greenhalgh, antigo defensor de trabalhadores rurais e presos políticos da ditadura militar, havia se tornado advogado e lobista de Dantas. O petista intercedeu a favor do banqueiro e de suas atividades pecuárias no Pará.

Na quarta-feira 29, Ana Júlia Carepa recebeu CartaCapital no escritório da representação do Estado do Pará, no Setor Comercial Sul de Brasília. A governadora não consegue esconder a decepção de ver o companheiro Greenhalgh do outro lado da trincheira e denuncia uma conspiração, segundo ela, montada pela turma de Dantas para tentar passar a imagem de que o Pará é uma terra sem lei.

CartaCapital: De que maneira o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh se aproximou da senhora para interceder pelo Opportunity?
Ana Júlia Carepa: O Greenhalgh é um companheiro por quem sempre tive muito respeito. Ele telefonou para mim, de São Paulo, e disse que precisava falar comigo, que viria a Belém, em janeiro de 2008. Eu falei “pois não, meu companheiro”. Quando ele chegou, percebi que tinha vindo com Rodenburg (Carlos Rodenburg, do Opportunity). Fiquei surpresa.

CC: Qual foi a sua reação?
AJC: Eu me virei e disse a ele (Rodenburg): “Já o conheço de situações bem menos confortáveis do que esta aqui”. Eu o conhecia da CPI dos Correios, ele estava lá acompanhando o Daniel Dantas, a quem desafiei muitas vezes e acusei de subjugar os fundos de pensão, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para manter o controle acionário da Brasil Telecom. Mesmo assim, seguimos para a residência oficial e fomos almoçar.

CC: Havia mais alguém nesse almoço, além de vocês três?
AJC: Sim, o meu então chefe de gabinete, João Cláudio Arroio.

CC: O que Greenhalgh e Rodenburg queriam?
AJC: Eles queriam “vender” a imagem da empresa (Agropecuária Santa Bárbara) e reclamar que tinham recebido uma notificação de crime ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Pará. Perguntaram se era uma coisa específica para eles. Eu disse que não, pois a certificação ambiental é obrigação de todo mundo. Somos cobrados por isso. Greenhalgh queria saber especificamente sobre esse documento, do qual o governo do Pará não abre mão. Disse que se eles precisassem de mais algum prazo para levantar a documentação não seria problema. Mas o documento seria mantido. Disse que a única exigência que o estado faz para qualquer empreendedor do Pará é que trabalhe dentro da legalidade, dentro das leis ambientais, e por isso mesmo houve a notificação. [...]

A entrevista prossegue na próxima edição da revista CartaCapital, que estará nas bancas a partir de sábado, dia 2/5.

Redator: Cristóvão Feil - Data: 30.4.09

Fonte: http://diariogauche.blogspot.com/

Comentário – qual a diferença entre o comportamento deste advogado e uma prostituta, aos 18 anos, mãe solteira de meia dúzia de filhos? Muito grande, pois ela, nas circunstâncias acima descritas não tem outro caminho, aparentemente, para suprir as necessidades das crianças. Ele por outro lado recebeu educação que o levou ao parlamento nacional e é um advogado bem sucedido. Logo a conduta dele é inaceitável e imperdoável. Ele é uma desgraça para si, sua família e por extensão à sociedade brasileira.

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