ABERTURA DA PÁGINA 10 DE ZH
Se o dono do terreno do antigo Estaleiro Só comunicou ontem à prefeitura que pretende se valer da lei em vigor e construir apenas prédios comerciais, para que perder tempo com uma consulta popular para saber o que os porto-alegrenses acham de autorizar o uso misto da área? O lógico seria o prefeito José Fogaça simplesmente vetar o projeto aprovado na Câmara, porque o eleitor não terá mais dois projetos para escolher.
Era essa a lógica do vice-prefeito José Fortunati (PDT). Não é a do prefeito. Fogaça ignorou a carta e avisou que vai manter o referendo porque se comprometeu com a Câmara e o projeto aprovado autoriza a construção de moradias. A expectativa agora é saber se ele sancionará o projeto com a emenda do deputado Airto Ferronato (PSB) que impede a edificação de prédios a menos de 60 metros da orla.
Embora a empresa tenha alegado que desistiu de construir apartamentos por conta do radicalismo que envolve o debate, um fato concreto é apontado por vereadores como o verdadeiro motivo da mudança: a emenda dos 60 metros, que na prática desapropria parte do terreno sem pagamento de indenização. A lei atual, aprovada na gestão de Tarso Genro (PT) não faz essa restrição. Logo, o melhor para o empreendedor seria o prefeito simplesmente vetar o projeto e construir seguindo a lei de 2002.
Não há na consulta prevista uma terceira opção, preferida dos ambientalistas e do cidadão comum, de se transformar a área degradada do Estaleiro em um parque. Essa fantasia só se tornaria realidade se a prefeitura desapropriasse a área, mas a hipótese não existe, porque o dinheiro é escasso e a cidade tem demandas mais urgentes.
Fonte: blogdaRosanedeOliveira
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