domingo, 26 de abril de 2009

Preço da gasolina.


por Jorge Loeffler


Já faz um bom tempo que muita gente vem deitando falação pela redução do preço da gasolina. Para tal alegam que o petróleo no mercado internacional estava ano passado, perto de duzentos dólares e que hoje está na casa dos quarenta dólares.

Verdade absoluta, mas muita preguiça para pensar ou vontade explícita de malhar o governo federal, pois preço praticado hoje é o mesmo de quando começou a alta absurda do óleo cru nos mercados mundiais.

Tivemos uma figura endeusada por muitos, mas que para mim foi nefasta à economia do país. Refiro-me ao médico mineiro Juscelino Kubichek de Oliveira, ou simplesmente JK, que foi presidente da república.

Ele deu continuidade à idéia de construir Brasília, já antiga e que à época teria o nome de Vera Cruz. Brasília nos custou e custa até hoje o rombo da previdência, pois foi ali que começaram obras faraônicas que conseguiram colocar a previdencia no leito de morte em que se encontra até hoje.

Deixo claro que muitos outros fatores para tal concorrem ainda hoje. JK pai da indústria automobilística nos colocou sobre asfalto, deixando-se de lado outros meios fundamentais e economicamente muito mais interessantes como instrumento para o transporte de cargas, como as ferrovias, o transporte fluvial, lacustre e de cabotagem.

Faz muito tempo que somos auto-suficientes em produção de óleo cru, ou petróleo se assim preferirem. O volume produzido aqui é muito superior ao que necessitamos. Ocorre que os que deitam falação pouco sabem do assunto.

Ainda semana passada um dos sabidos da RBS e que nada sabe desta matéria, meu colega de profissão, abriu a boca e como os demais deitou falação.

Pois aos sabichões informo que 70% do óleo processado resultam em nafta ou gasolina. Dos restantes 30% são obtidos diversos produtos dos quais cito alguns. Óleo combustível, óleo bunker, enxofre, querosene de iluminação, querosene de aviação (um vôo Porto Alegre/Nova Iorque, seja com carga ou lotação de passageiros, consome cerca de 80 toneladas de querosene de avaliação) e óleo diesel. Como o nosso transporte de cargas é fundamentalmente feito sobre rodovias, temos um consumo muito maior de diesel que produzimos. E em função disto exportamos nafta e gasolina para adquirir diesel no mercado internacional.

Com o aumento absurdo do óleo cru ano passado no mercado internacional, o diesel nos custou os olhos da cara e certamente qualquer um destes entendidos poderá concluir que disseram bobagens. Foram muitos os sabidos que deitaram falação neste país, e isto não me foi dito, eu mesmo ouvi com meus próprios ouvidos (perdoem o pleonasmo).

Por favor, senhores comentaristas de economia, vamos ressaltar a figura do Monteiro Lobato e colocar esse JK no lugar em que ele merece, pelo bem das futuras gerações que precisam saber a verdade de nossa história e não estas versões distorcidas.

Tenho ainda na fila os milicos da ditadura e o Tancredo de Almeida Neves, mas estes virão depois.


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